Descrição
Poucas horas após seu desencarne, Nydia iniciou este seu relato. Mais que uma catarse, ele representa o começo de uma renovação que ela deixou para depois... Por isso, agora, ela fala de si, revelando corajosamente seu mundo interior. Conta da criança que, desde cedo, conviveu com o desconforto da clarividência. Revela as dificuldades que enfrentou ao tentar frequentar centros espíritas onde determinadas manifestações mediúnicas não são permitidas, bem como é sonegado espaço para que as pessoas falem de seus problemas, devendo todos contentar-se com a impessoalidade doutrinária. Essas limitações inexistem na Nossa Casa, graças à visão esclarecida, à frente de seu tempo, que Nydia sempre teve. Fiel a seu mandato mediúnico, portadora de forte personalidade, líder nata e, muito importante, possuidora da rara qualidade de fazer a leitura espontânea do pensamento, Nydia construiu a obra magnífica que é a "Nossa Casa". Para fazê-lo, contudo, deixou-se levar pelas raízes fortes da prepotência, que estavam, há muito, encravadas em seu interior. Blindou-se emocionalmente, tornou-se só canal mediúnico e só razão. Cumpriu seu compromisso para com a humanidade, mas, como dizia, deixou de ser Nydia, sendo sempre "Dona Nydia", a diretora espiritual da Casa. Ao realizar seu relato, Nydia nos deixa sua derradeira lição. Sua mente lúcida foi capaz de ditar, sem retoques, de forma clara e sincera, todo o drama que viveu antes e logo após seu desencarne. A ti, Nydia, quero agradecer, em nome de todos os trabalhadores da Casa, a sementeira de luz que fizeste em nossas vidas, esperançosos de assimilar tua derradeira lição, enquanto é tempo.
D. E. Brandão