Descrição
Maduro como escritor, Alcy Cheuiche mergulha fundo no tema da solidão. E o faz com os ingredientes habituais de seus romances anteriores: exposição total dos personagens aos olhos do leitor, conhecimento profundo de cada detalhe da cena abordada (seja ela no extremo norte do Canadá ou no extremo sul do Brasil), cuidadosa moldura histórica em todos os quadros que pinta. E, acima de tudo, um roteiro de ação que mantém o leitor agarrado ao livro como se fosse um thriller de Georges Simenon.
Em mensagem ao autor, Flávio Loureiro Chaves considera O Farol da Solidão como um dos seus melhores textos. Isso se justifica porque Alcy Cheuiche consegue resumir, numa narrativa de uma centena e meia de páginas, mais de dois séculos de história. Empregando um antigo truque shakespeareano, narra através de seu personagem principal aspectos fundamentais da vida de Carlos Santos, o deputado negro que deixou marcas profundas no Rio Grande do Sul e no Brasil. Para isso, recria com incrível realismo o quilombo causador do naufrágio do navio inglês Principe de Gales, origem da Questão Christie, que levou Dom Pedro II a romper relações com a Inglaterra. E une o passado ao presente sem perder o foco na parábola central do livro: a história de um homem que decide se isolar para sempre do convívio humano. E que a vida, através da revoada milenar das aves migratórias, vai buscar de volta num velho farol perdido nas areias do Atlântico Sul.