Descrição
Cumprimento universal, o aperto de mão é uma manifestação de cordialidade e respeito à outra pessoa. Esse contato físico, por uma questão cultural e de higiene, principalmente no mundo oriental, não é usado com frequência. Na Tailândia, por exemplo, preferem-se as mãos junto ao peito e uma leve inclinação da cabeça.
Durante a pandemia da Covid-19, esse gesto foi abolido; inicialmente, as pessoas se mantinham à distância de pelo menos dois metros e se cumprimentavam no máximo com os cotovelos; no período de relaxamento, passou-se a usar o punho fechado. Sinto agora o desejo das pessoas de quererem apertar a mão, de se abraçarem e beijarem e, aos poucos, mesmo que com medo, está voltando o hábito do aperto de mão.
Apesar de toda a tecnologia remota, nada substitui o contato pele a pele, pois é necessário à vida.
Neste livro, relato o aperto de mão mais importante na vida:
“Numa noite fui visitá-lo, segurei sua mão e disse baixinho ao pé do ouvido: – Papai, se estiver me escutando, aperta minha mão. Ele apertou com toda sua força possível. Sorri. Ele me escutava.
Então, comecei a lhe falar: – A mamãe e todos os filhos estão bem. O senhor é muito importante para nós. Um exemplo de dignidade, honestidade e generosidade, e logo, logo, irá para casa. Aperta minha mão de novo. Ele apertou. Dei um beijo no rosto e com os olhos marejados, mas com um sorriso nos lábios, fui embora. Não sabia que essa seria nossa última conversa, pois naquela noite ele morreu.
Sua morte, poucas horas após o nosso aperto de mão, me deixou tranquilo. Tive a impressão de que morreu feliz e satisfeito por ter executado sua missão na Terra.”